26 de março de 2020

Gado


Imaginem que eu sou uma pecuarista. Tenho 100 cabeças de gado. O veterinário me diz que há uma doença no pasto e que se eu soltar o rebanho para pastar, com certeza, 4 ou 5 vacas morrerão e, provavelmente, serão as mais premiadas. Para evitar isso, é preciso confinar todo o rebanho, mas isso tem um custo: a ração, que é mais cara que o pasto. Neste ponto, eu, como pecuarista, tenho uma opção econômica: basta avaliar o que é mais caro: o preço da ração ou o valor das reses que morreriam.
Ocorre que as pessoas não são gado, apesar do Presidente agir como se fossem. A COVID-19 está por aí e pode matar qualquer um de nós. É mais provável que mate as pessoas mais frágeis, mas há pessoas bem fortes, até atletas, que estão sofrendo bastante e só estão sobrevivendo porque estão sendo cuidadas pelos profissionais de saúde nos hospitais.
Se acabarem com o isolamento ou se instaurarem o tal do isolamento vertical, isolando apenas o grupo de risco, ainda assim teremos problemas econômicos e ainda assim teremos muitas mortes. E quando as pessoas, inclusive as jovens e fortes, precisarem de um leito de UTI, esse leito estará ocupado por aqueles que poderiam ter se isolado.
O isolamento é drástico, mas é a única forma de não termos uma superlotação dos hospitais, dando chance àqueles que chegarem a um estado mais crítico.
Fiquem em casa!

25 de setembro de 2015

Santa insensatez!

Após alguns meses sem escrever aqui, trago novidades. A vida fez uma daquelas curvas fechadas, que mudam a nossa direção radicalmente. Depois de 18 anos de Sampa, agora estou no planalto central, onde a alvorada domina a paisagem e podemos quase tocar o céu com a ponta dos dedos.
A mudança repentina e não muito planejada está me fazendo sentir numa corda bamba. O que será que mudou em mim? Não lembro de ter sentido isso há 18 anos... Por que será que chegar em São Paulo parece ter sido muito mais fácil? Será que o tempo apaga as lembranças mais difíceis?
São Paulo era, e acho que ainda é, a minha casa. É o lugar que escolhi para chamar de meu. O lugar onde eu sei como as coisas funcionam, onde as coisas estão. Muitas pessoas dizem que São Paulo é uma cidade difícil. Eu nunca a vi assim e não sei explicar o motivo.
Mas, agora estou aqui e é preciso viver essa experiência da melhor forma possível. É preciso extrair de Brasília o que há de melhor. Por enquanto, eu vejo o céu, a arquitetura, a diversidade, o ar menos poluído, os grandes vazios. Espero poder ver muito mais. 
Espero, também, poder ver essa cidade/distrito/estado evoluir, crescer, virar gente grande. Espero poder contribuir para essa evolução. E sinto que o caminho é longo e árduo...
Por uma feliz coincidência, no dia mundial sem carro, 22 de setembro, foi a estreia da nova bike para ir ao trabalho. O que é perfeitamente normal para mim, para os brasilienses parece ser bem inusitado. Sou olhada e apontada no trânsito como um E.T.
E olha que Brasília tem tudo para ser a cidade da bicicleta: geografia plana e muito espaço. Mas as facilidades e incentivos para o uso do carro fazem com que usar a bicicleta seja quase uma insensatez. Santa insensatez! 


11 de junho de 2015

Boas lembranças

Todos os dias, antes de sair de casa para o trabalho, com a minha bicicleta, eu me proponho a manter a paciência no limite máximo para que o estresse não comece a minar o meu dia logo no início.
Mas ser ciclista na cidade grande não é fácil!
O trânsito em São Paulo funciona como uma corrida de obstáculos, na qual as pessoas não estão interessadas no seu bem-estar durante o caminho, mas em chegar antes, em chegar primeiro! É preciso alcançar o podium. Um podium imaginário, que cada um acredita existir contra o veículo ao lado ou contra o tempo.
Daí instala-se uma guerra, onde o bem-estar e a gentileza não têm espaço. A minha pressa e a minha necessidade estão sempre na frente da sua, que eu desconheço. 
Na verdade, é uma guerra por espaço, bem raro e caro numa cidade superpopulosa.
Quando se tem muita gente e pouco espaço, surge a necessidade de ordem, educação e gentileza para que o compartilhamento desse pouco espaço se torne possível. Mas, infelizmente, em geral, vigora a lei do mais forte. 
É difícil colocar-se no lugar do outro, ver o mundo por meio de outras lentes, mas tento fazer esse exercício de alteridade sempre que me lembro. Isso me faz entender melhor as atitudes daqueles que me rodeiam e perceber certos comportamentos de forma menos agressiva.
Andar de bicicleta em vez de usar o carro me despe de uma armadura de lata e me expõe às relações sociais de forma mais direta. Isso pode causar mais conflitos, mas também me dá oportunidades valiosas de provar o relacionamento humano.
Andava colecionando eventos desagradáveis que aconteciam comigo enquanto pedalava. Reclamava, reclamava, reclamava! Resolvi deixar isso de lado e começar a olhar para os acontecimentos agradáveis.
Começo hoje lembrando as boas lembranças:
1. Parada no cruzamento, esperando o sinal abrir, já fui abordada algumas vezes por pedestres por informações sobre uma rua ou um caminho. No volante do carro, isso nunca me aconteceu.
2. Quando estou pedalando, consigo conversar com o ciclista ao lado ou dar bom dia para aqueles que vêm no sentido contrário. No carro, isso não é possível...
3. Não adianta ter pressa na bicicleta. Tento sair a tempo de chegar na hora desejada e isso me poupa muuuito estresse! :)
4. Não se recomenda fones de ouvido ao pedalar, então ouço melhor os meus pensamentos.
5. O celular fica guardado na mochila e nem ouço tocar. Não corro risco de cair na tentação de atender, como acaba ocorrendo no carro.
6. Encontrar os amigos pedalantes por aí é frequente. Um grande prazer!
7. Opa! Acabei de ver algo interessante. Quero tirar uma foto! Quero entrar naquela loja! Ok! Basta parar e encostar a bike no poste mais próximo! Fácil e simples!
8. Já recebi gentilezas e cumprimentos de motoristas, até de ônibus! E isso faz um bem... :)

E por aí vai! 
Parafraseando um amigo pedalante, 
Bicicleta faz bem!

26 de novembro de 2014

Carta aberta ao Conjunto Nacional

São Paulo, 26 de novembro de 2014.

Prezados Senhores administradores do Condomínio Conjunto Nacional,

Sou frequentadora desse condomínio há muitos anos. Chego a ele pelos mais diferentes meios de transporte: a pé, de ônibus, de metrô, de carro e, também, de bicicleta.

O Conjunto Nacional não é somente um condomínio de apartamentos residenciais e conjuntos comerciais. É um dos edifícios de São Paulo que mais atende ao correto uso do espaço urbano, pois combina espaços públicos e privados, dando lugar, inclusive, a manifestações artísticas e culturais.

Há algum tempo, o Conjunto Nacional parecia ser um local “amigo” do ciclista, pois ofertava acesso a um bicicletário razoavelmente espaçoso e seguro.

Nós, ciclistas, agradecemos, mas é preciso esclarecer que essa “gentileza” é nada mais que a obediência a duas leis municipais:

Lei nº 13.995/2005

Art. 1º Fica estabelecida a obrigatoriedade de criação de estacionamentos para bicicletas em locais de grande afluxo de público, em todo Município de São Paulo.
Art. 2º Para fins desta lei entende-se como locais públicos de grande afluxo os seguinte estabelecimentos:
a) órgãos públicos municipais;
b) parques;
c) shopping centers;
d) supermercados;
e) instituições de ensinos públicos e privados;
f) agências bancárias;
g) igrejas e locais de cultos religiosos;
h) hospitais;
i) instalações desportivas;
j) museus e outros equipamentos de natureza culturais (teatro, cinemas, casas de cultura, etc.); e
k) indústrias.
Art. 3º A segurança dos ciclistas e dos pedestres deverá ser determinante para a definição do local na implantação do estacionamento de bicicletas.
Art. 4º Os estacionamentos de bicicletas poderão ser de dois tipos, a saber:
I – bicicletários – local destinado ao estacionamento de bicicletas, por período de longa duração, podendo ser público ou privado;
II – paraciclo – local em via pública, destinado ao estacionamento de bicicletas, por período de curta e média duração.

Lei nº 14.266/2007

Art. 8º Os terminais e estações de transferência do SITP, os edifícios públicos, as indústrias, escolas, centros de compras, condomínios, parques e outros locais de grande afluxo de pessoas deverão possuir locais para estacionamento de bicicletas, bicicletários e paraciclos como parte da infra-estrutura de apoio a esse modal de transporte.
§ 1º O bicicletário é o local destinado para estacionamento de longa duração de bicicletas e poderá ser público ou privado.
§ 2º O paraciclo é o local destinado ao estacionamento de bicicletas de curta e média duração em espaço público, equipado com dispositivos para acomodá-las.

Infelizmente, em nossa cidade, o cumprimento das leis parece ser facultativo, pois a grande maioria dos estabelecimentos obrigados a oferecer bicicletários e paraciclos finge que essas leis não existem e a nossa Prefeitura parece não ter condições de efetivamente implementar o Sistema Cicloviário previsto na Lei nº 14.266/2007.

Após tais esclarecimentos, chego ao motivo de minha carta: estive ontem no Condomínio Conjunto Nacional com o intuito de comprar alguns livros na Livraria Cultura. Ao me dirigir ao funcionário do estacionamento para solicitar acesso ao bicicletário, que fica trancado, fui surpreendida pela pergunta: “Você tem o chaveirinho?”

Ao notar minha surpresa, o funcionário me esclareceu que, agora, para ter acesso ao bicicletário do Conjunto Nacional, o ciclista deverá portar um “chaveirinho” para abrir a porta e que esse dispositivo custa R$ 15,00 (quinze reais).

A aquisição desse dispositivo, com o pagamento do valor de R$ 15,00 uma única vez, pode parecer inofensiva e até conveniente para aqueles ciclistas que frequentam o Conjunto Nacional diariamente, pois não se faz necessário ir até o funcionário do estacionamento, solicitar o acesso e registrar seu nome e RG. Basta entrar, usar o chaveiro para abrir o bicicletário e ter acesso ao local, sem a intervenção de nenhum dos funcionários do condomínio.

Mas, analisando a situação com um pouco mais de cuidado, verificamos que a nova forma de administrar o bicicletário não só exclui o visitante eventual, como fragiliza a segurança.

Vamos imaginar, por hipótese, que todos os estabelecimentos obrigados a oferecer bicicletário resolvam instituir regra similar, exigindo que o ciclista adquira e porte algum dispositivo para acessar o bicicletário. Quantos “chaveirinhos” o ciclista deverá portar consigo? Qual seria o valor de tal gasto, ainda que único?

Um chaveiro para a academia, um para o supermercado, um para o local de trabalho, um para o prédio do dentista, outro para o edifício do médico, mais um para a escola dos filhos, outro para a faculdade, mais um para a escola de línguas, um para cada shopping center, outro para o cinema, etc. Essa lista teria fim? Os chaveirinhos caberiam na mochila?

Não fosse esse um problema, a utilização de tal dispositivo gera insegurança, pois permite o acesso a todas as bicicletas guardadas no bicicletário sem a intervenção de um funcionário, ou seja, sem o mínimo controle.

Imagino que o condomínio registre o nome e o documento pessoal de cada ciclista que adquire o chaveiro, mas será que há um real controle de quem utiliza o chaveiro?

Tenho consciência que segurança total e indefectível é inalcançável, mas gostaria de apelar para o bom senso dos Senhores, pois a nova forma de administrar o bicicletário não parece oferecer vantagens, pois impossibilita o acesso do usuário eventual e fragiliza a segurança.

Por fim, resta-me lamentar, pois vejo-me obrigada a deixar de frequentar o Conjunto Nacional. Procurarei utilizar outro cinema, outra livraria, outros bancos, outros restaurantes, outros locais que sejam mais receptivos ao ciclista.

Atenciosamente,

Lydia Brasil









15 de setembro de 2014

Educação e respeito

Ontem, um ciclista que estava na ciclovia da Av. Braz Leme foi atropelado por um carro cujo motorista “perdeu o controle” da direção.
A notícia assusta, ainda mais porque a ciclovia da Braz Leme fica no canteiro central, elevada em relação à faixa de rolamento dos carros. É como se o carro tivesse subido a calçada.
Mas o que assusta mais do que a notícia é o comentário de uma leitora do jornal O Estado de São Paulo:
“Começaram os acidentes, e não será o único, estão fazendo ciclovias sem planejamento e sem saber se será necessário e utilizadas. Onde moro fizeram uma que já proibi meus filhos de usá-la, pois qualquer deslize ele sai fora da via e é atropelado. Sou contra essas ciclovias.”
A leitora, em seu comentário, dá a entender que a culpa pelo acidente é de quem construiu a ciclovia. Será?
Deveremos, então, apagar todas as ciclovias do mapa de São Paulo? Deveremos também apagar todos os ciclistas? Não seria melhor sumirmos com todos os pedestres das ruas de São Paulo e entregá-las inteiramente aos carros? Quem sabe assim acabamos com os atropelamentos...
Desculpem a ironia, mas argumentos absurdos têm esse efeito sobre mim.
A bicicleta, segundo o Código Brasileiro de Trânsito, é um veículo e, como qualquer outro veículo, motorizado ou não, tem direito de ocupar as vias. A construção de ciclovias em algumas ruas e avenidas tem como objetivo principal dar segurança ao ciclista.
Dizer que esse acidente ocorreu e que outros ocorrerão por culpa da falta de planejamento na implantação das ciclovias é absurdo, pois se não houvesse a ciclovia, o ciclista poderia estar na avenida, ao lado dos veículos motorizados, e, aqui, deveria também ser respeitado.
Não estou em defesa da Prefeitura de São Paulo, mas, nesse caso, a culpa pelo acidente não é de quem construiu a ciclovia, nem do ciclista, mas sim do motorista do veículo que “perdeu o controle” deste.

Hoje de manhã, um outro motorista “perdeu o controle” do carro e avançou sobre um ponto de ônibus. Atropelou cinco pessoas, matando uma de imediato. Se seguirmos o raciocínio daquela leitora, a culpa é de quem colocou o ponto de ônibus naquele local. Mas que raios! Por que motivo alguém colocaria um ponto de ônibus sobre uma calçada que poderia ser facilmente acessada por um veículo fora de controle?
Algumas notícias posteriores dão conta de que esse motorista teria ingerido bebida alcoólica antes de dirigir. Será que ele realmente “perdeu o controle”? Será que ele tinha o controle do carro?

Algumas pessoas estão muito bravas com a Prefeitura em razão da implantação das ciclovias. Em alguns casos, estão bravas porque terão menos vagas para estacionar seus carros. Em outros, estão bravas porque as ciclovias são vermelhas. Há, ainda, quem esteja bravo porque estão investindo em estrutura para bicicletas e não para carros. Há, também, quem esteja bravo por não ter tido essa ideia antes...
Segundo matéria publicada pelo Portal G1 (http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2014/09/prefeitura-preve-rua-25-de-marco-na-lista-de-novos-64-km-de-ciclovias.html), a cidade de São Paulo tem 17.200 km de vias pavimentadas. Quando tivermos os 400 km de ciclovias prometidos pela Prefeitura, a estrutura cicloviária de nossa capital corresponderá a apenas 2,32% da estrutura total. Será que é pedir demais que os ciclistas disponham de tão ínfima parcela na estrutura viária?


Eu sou ciclista, mas também sou pedestre, motorista e passageira de transporte público. E, pela minha experiência, pessoas imprudentes serão imprudentes seja qual for o meio de transporte que utilizem. Toda essa discussão se resume à necessidade de mais educação e respeito para todos os lados.

7 de setembro de 2014

Direito à ignorância

Sabe aquela frase "cada cabeça uma sentença"? Eu a reescreveria assim: cada cabeça um universo ou, ainda, cada cabeça uma verdade.
As nossas verdades nem sempre são tão verdadeiras assim para os outros. Existem coisas muito claras para mim, coisas sobre as quais estou decididamente convencida, que são completamente desconhecidas para outras pessoas, até para pessoas bem próximas.
Isso vai de música até comida.
Para mim, Club des Belugas é simplesmente sensacional! Mostrei para os meus irmãos e eles deram de ombros... Ok!
Evitar comida com agrotóxicos é vital, mas a maioria da humanidade não parece se importar muito com isso. Muitos dizem que procurar alimentos orgânicos dá muuuito trabalho e é muuuito caro.
Cuidar da saúde, para pessoas que pensam assim, é pagar um bom plano de saúde...
Ai, ai... Alguns assuntos, como o uso de agrotóxicos, me fazem beirar o proselitismo.
E uma questão tem me perseguido atualmente: nós temos direito de sermos ignorantes e de permanecermos na ignorância sobre determinados temas?
Afinal, a ignorância é uma bênção!
A vida era mais fácil quando eu não me preocupava com o lixo que eu produzia, quando eu não sabia da quantidade de agrotóxicos que se esconde naquela salada super saudável, quando eu me considerava uma pessoa apolítica.
A vida não é fácil! O meu lixo é de minha responsabilidade. Eu tenho que correr atrás de comida saudável realmente saudável e a feirinha da Água Branca não acontece todos os dias. E política é chata e complicada, mas é essencial para tudo!
Pensar dói!

Novidades
Uma das melhores coisas da vida, a meu ver, é descobrir coisas novas e diferentes. Só para citar dois exemplos: uma banda desconhecida da Noruega, chamada Jaga Jazzist, e uma experiência com a comida macrobiótica. Agora sou macrobiótica, mas só na hora do almoço. rs...





31 de julho de 2014

"O Brasil não é para principiantes"

Depois de um tempinho afastada do blog e do Brasil, volto com um sentimento de que temos muito, mas muito trabalho a fazer para nos tornarmos uma sociedade civilizada.
E não há fórmula mágica. A solução é simples, mas demanda muito esforço e tempo. Precisamos de educação. Não estou falando só de educação nos bancos da escola, mas também da educação que recebemos em casa, de valores familiares, de ética, respeito e cultura.
Durante uma breve viagem ao exterior, me dei conta de que nós brasileiros estamos sempre na defensiva, esperando ser ludibriados pelos outros. Estamos sempre com o pé atrás, pois aqui não se pode confiar em estranhos e, às vezes, nem em conhecidos...
Digo isso porque me peguei surpreendida nas situações em que estranhos acreditaram na minha palavra sem que eu precisasse apresentar documentos, provas ou recibos.
A regra lá é a obediência às regras, enquanto aqui... nós já sabemos... "O Brasil não é para principiantes" (frase atribuída a Antonio Carlos Jobim).

Para despertar de vez do sonho, fiquei sabendo hoje de manhã, pelo rádio, que a tarifa da Zona Azul será reajustada amanhã. Como tinha algumas coisas para resolver na rua, aproveitei para comprar um novo talão. Entrei em vários revendedores, mas não havia mais nenhum talão à venda. O argumento dos revendedores é de que a CET não forneceu talões essa semana. Desconfiei da conversa, mas não havia o que fazer. Fui, então, ao posto de revenda no Parque do Ibirapuera. Cheguei lá junto com um funcionário que estava trazendo duas pilhas de talões para a revenda. Comentei com ele a dificuldade de conseguir talões. Ele disse que o problema era generalizado e que a conversa de que a CET não havia fornecido talões essa semana era falsa.
Amanhã os talões devem aparecer como mágica nos balcões dos revendedores.